quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A voz do silêncio

Silencio é o som da noite. Numa cadeia é sempre noite. A luz do dia é turva, cinzelada pelos contornos das grades. Vidas interrompidas pelo erro, pela culpa, pela inocência tirada pelas leis dos homens. Todas são mulheres, filhas de alguém, irmãs, mulher, mães. Em comum têm as grades que distanciam do mundo, a mesma paisagem parada do Tempo, o mesmo desejo: a liberdade.
A vida corre marcada pelos ponteiros do relógio, lento, pausado, que marca anos, meses, dias, horas. Horas de gritos em surdina, de minutos ruidosos de silêncio. Muito se fala numa cadeia, pouco se diz, as paredes não mudam.
Por trás das grades de cada prisão vive o silêncio para o mundo. A «Prisão em Si» dará voz às histórias de mulheres presas, afastadas da sociedade, presas em si. Uma janela para o mundo confinado por paredes, grades, leis e estigmas.

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